10 de fevereiro de 2010

O ano do último fôlego dos WRC

Começa amanhã o Mundial de Ralis 2010, o derradeiro ano da história dos WRC, numa competição com muitas e boas novidades, e que se espera volte a ser competitiva na luta pelo primeiro lugar, como foi o ano anterior.Com as regras dos pontos mudadas à última da hora, as vitórias são agora mais do que nunca, importantes. Sébastien Loeb e Mikko Hirvonen partem na frente de um pelotão com algumas caras novas, como é o caso do campeão Mundial de F1 de 2007, Kimi Raikkonen e a 'vedeta' norte-americana das gincanas no youtube, Ken Block, dos quais se espera que tragam emoção, espectáculo e mais adeptos para a modalidade.

WRC: 1997-2010

A 38ª época do Campeonato do Mundo de Ralis é também a última dos World Rally Car, que se iniciou em 1997. Neste Mundial de transição, sem surpresa, só duas marcas ratificaram a sua aposta. Ford (representada pela M-Sport) e Citroen tudo farão para que os amantes da disciplina esqueçam que o WRC perdeu oito construtores nos últimos 13 anos.

Na linha da frente, apresentam-se os 'pesos pesados' Sébastien Loeb (Citroen) e Mikko Hirvonen (Ford). Partem para este Mundial com o mesmo objectivo, chegar ao título, mas se para o francês não há mais nada a provar (já tem seis ceptros!), ao finlandês só ficaria bem destronar o eterno vencedor antes da sua retirada. Sim, porque aos 36 anos, é bem possível que Loeb entre na idade dos porquês e possa mesmo questionar-se se vale a pena continuar na disciplina no final do ano: "É uma nova época onde tudo pode acontecer! Não posso ter outro bojectivo que não seja ganhar. Tenho seis títulos, por isso quero mais um...", referiu Loeb.

Mikko Hirvonen quer virar o jogo a seu favor e tentar contrariar o maior favoritismo do seu rival: "Estou ansioso por começar e ver como todos estamos este ano! Nunca estive tão determinado, pois fiquei muito desapontado o ano passado ao perder o campeonato mesmo no fim. Estive muito perto e perdi, por isso venho ainda mais motivado.", referiu Hirvonen.

No braço-de-ferro Citroen/Ford

O prolongamento do duelo dos dois pilotos, advinha-se também para as marcas que representam uma vez que Citroen e Ford estão preparadas para novo braço-de-ferro. E é aqui que entram outros elementos na equação do título. Daniel Sordo está cansado de ser visto como o segundo piloto da Citroen e tem aspirações cada vez mais legítimas para incomodar o seu chefe de fila: "Estou satisfeito com o que fiz o ano passado, sinto-me cada vez melhor em pisos de terra, e depois de 24 pódios quero finalmente vencer. É o meu grande objectivo para este ano. Vencer provas!", referiu o espanhol.

Sordo terá sempre que ter em atenção que os dois pilotos da Citroen Júnior Team, Sébastien Ogier e Kimi Raikkonen e até Petter Solberg olham para o seu lugar com uma certa inveja e, por isso, o seu andamento não se poderá coadunar com erros. No entanto, a posição do espanhol é mais confortável que a de Jari-Matti Latvala a quem a Ford decidiu dar uma última oportunidade para que possa mostrar que a sua notável rapidez já encontrou paralelo na sua maturidade. Para já Malcolm Wilson já avisou que Hirvonen é o primeiro piloto da equipa e Latvala terá de trabalhar para ele: "Quero esquecer rapidamente os acidentes dos anos passados. Pretendo andar na frente na terra e na neve e estabilizar. A minha carreira tem sido feita de altos e baixos, parece um carrossel, e isso tem de terminar. Pensava já poder ter atingido um bom grau de maturidade, e fazer provas mais regulares, mas as coisas não têm corrido bem. Vamos mudar isso este ano.", referiu.

Sébastien Ogier quer evoluir ainda mais e por isso já deixa o aviso: "quero lutar pelo pódio, e se chegar às vitórias seria perfeito." Ter um piloto como Raikkonen ao lado dá motivação extra. Já
Petter Solberg é de opinião que agora tem condições para lutar pelas vitórias: "Estou contente e entusiasmado pois agora sinto ter carro para andar nos lugares da frente..", referiu.

Kimi Raikkoen é a grande atracção

Mas, diga-se o que se disser, não há dúvida que a maior atracção do Mundial de 2010 é a passagem do Campeão do Mundo de F1 de 2007 para os ralis. Mesmo que Raikkonen seja uma estrela menos cintilante que o esperado, a equipa CJT já ganhou a manobra de marketing que foi a sua contratação: "Acho que vai ser o ano mais difícil da minha carreira de piloto.".

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