13 de janeiro de 2010

Exclusivo Q& A com Kovalainen: vocês ainda não viram o melhor de mim

Na última temporada, Heikki Kovalainen perdeu seu caminho. Junto com Lewis Hamilton na McLaren pelo segundo ano, ele teve dificuldades para extrair o máximo do MP4-24 e terminou o campeonato em 12º, 27 pontos atrás de seu ilustre companheiro de equipe. Nesta temporada, Kovalainen encontra um desafio diferente quando compete por uma das quatro equipes novas - a Lotus. Se ajustando à vida na escuderia iniciante, o finlandês está esperançoso de que, após muito trabalho duro, a mudança de cena vai mostrá-lo finalmente alcançando seu potencial...

Q: Heikki, você mudou de uma grande equipe de fabricantes para uma pequena e privada neste ano. Como está se adaptando à mudança?
Heikki Kovalainen: Obviamente a McLaren é uma equipe muito grande, mas como vimos no ano passado, isto não significa necessariamente que eles sempre serão rápidos. Eles obviamente podem mudar tudo rapidamente, mas vejo muito potencial na Lotus e é por isso que eu decidi vir para cá. No início será difícil, teremos alguns meses difíceis, mas assim que começarmos a melhorar, acho que terei uma oportunidade melhor aqui do que teria em qualquer outro lugar.

Q: Você está bastante familiarizado com os trabalhos internos da McLaren. Como você acha que a saída da Mercedes vai mudar a equipe?
HK: Não sei ao certo. É obviamente uma grande mudança para eles mas eles são uma equipe grande, e para ser honesto, não é mais do meu interesse!

Q: Enquanto a imagem da McLaren é bastante reservada, a Lotus parece bem diferente, especialmente com o divertido e calmo Tony Fernandes com o leme da equipe sendo o chefe de equipe. Deve ser uma grande mudança. Você já está confortável com o ambiente mais tranquilo?
HK: Acho que elas são equipes muito diferentes, mas me diverti na McLaren. Nós tentamos e fizemos o que podíamos para conseguir os melhores resultados, mas não funcionou para mim da maneira que deveria. Contudo, o que posso fazer é trazer o que eu aprendi lá. Eles são altamente motivados, sempre empurram a equipe o máximo para conseguir o melhor resultado. Acho que posso trazer isto para cá e vai funcionar bem na Lotus também.

Q: Deve ter havido muitas vezes durante 2009 que você duvidava que seria capaz de permanecer na Fórmula 1. Como foi concretizado o seu contrato com a Lotus? Quando tudo aconteceu?
HK: O contrato foi finalmente assinado bastante tarde, mas a equipe me contatou pela primeira vez diretamente durante a temporada, me perguntando qual era a minha situação. Naquele momento eu não sabia nada sobre a Lotus. Eu estava me concentrando em terminar a temporada bem. Tinha algumas opções, mas com os boatos sobre algumas equipes tendo dificuldades financeiras, eu estava interessado em falar com Mike (Gascoyne) e Tony, pois eu sabia que eles tinham um orçamento estável para os próximos três anos e uma forte equipe técnica entrando mais tarde. No fim foi uma decisão fácil de tomar e a melhor opção disponível para mim.

Q: As pessoas tem subestimado seu talento como piloto?
HK: Acho que as pessoas ainda não viram o melhor de mim, e acho que não consegui tirar o melhor da McLaren. Meu objetivo na Lotus é conseguir o melhor da equipe e do carro, e não vejo nenhum motivo pelo qual os resultados não possam vir. Não acho que há nenhuma área que eu preciso melhorar em particular. Algumas pessoas acham que eu sou bom na classificação e não tão bom como piloto, mas é só por causa do meu desempenho na McLaren. Eu não me importo realmente com o que as pessoas pensam - estou mais determinado do que nunca em fazer um bom trabalho para a equipe.

Q: Seu companheiro de equipe Jarno Trulli pode ter uma vantagem por já estar trabalhando com o diretor técnico Mike Gascoyne há muitos anos. Como você vai entrar na equação?
HK: Acho que tanto eu como Jarno vamos nos adaptar bem. Sei qual a direção que eu quero que a equipe vá e a equipe obviamente queria ter dois pilotos experientes a bordo para irmos na direção certa logo. Junto com Jarno sei que podemos fazer isso.

Q: O anúncio dos pilotos em Kuala Lumpur foi bastante emocional e o local e convidados eram de alta categoria...
HK: Eu realmente não sabia o que esperar quando fui para lá, mas fiquei um pouco surpreso com como tudo foi tão bem. A equipe lá tem experiência, mas não realmente em termos de F1, então eu não tinha certeza de quanta orientação eu teria que dar a eles. Na verdade, eu não tive que dar nenhum conselho para eles - tudo foi organizado muito bem, e Tony tinha ce certificado que todas as pessoas importantes soubessem o que estava acontecendo e o que elas teriam que fazer. O povo da Malásia estava realmente empolgado com o retorno da Lotus e a atmosfera no geral foi muito positiva.

Q: Você está na fábrica neste momento. Qual é a sua impressão dela? Como ela se compara à fábrica da McLaren em Woking?
HK: É obviamente muito diferente. Em termos de área - Woking e Norfolk - são bastante semelhantes. Não são grandes como Londres, mas há alguns bons campos de golf próximos. As instalações são obviamente muito diferentes. A McLaren tem tipo um centro espacial hi-tech enorme que ninguém mais tem, e é aonde estamos construindo uma nova operação. Quando você vai de uma estação espacial para um sítio de construção é obviamente diferente, mas sei que assim que a equipe estiver bem estabelecida aqui será tão eficiente como a McLaren e poderemos atingir bons resultados.

Q: Qual é a agenda para as próximas semanas?
HK: Estamos nos preparando da melhor forma possível neste momento. Talvez pudéssemos participar de um teste mais cedo. O carro provavelmente vai ser capaz de funcionar mas não teríamos partes para trocar e não poderíamos testar satisfatoriamente. Se tivéssemos qualquer problema, o teste acabaria. Então no terceiro teste sabemos que poderemos extrair bastante do carro. Posso levá-lo ao limite, ver qual a sensação do carro e esperamos poder fazer bastante milhagem. Eu espero que o carro seja razoavelmente confiável logo que saia do box porque Mike e a equipe de design são pessoas experientes que sabem como construir um carro de corrida. Então o ponto de interrogação será como será nossa performance. Quando a fábrica estiver pronta e operando poderemos conseguir upgrades decentes relativamente rápido, e é aí que veremos a real performance.

Q: Tony apostou com Richard Branson da Virgin o que deve ser a aposta mais engraçada da história da Fórmula 1 (o perdedor vai passar um dia como comissário de bordo da companhia aérea do outro). Quanta confiança você tem de que a equipe vai vencer a Virgin? Quanto orgulho pessoal você acha que está envolvido?
HK: Tenho certeza de que tem muito orgulho envolvido. Eles se conhecem há muito tempo e são muito bem-sucedidos, então tenho certeza que é bastante pessoal. Sei que Tony vai me importunar para vencê-los, e acredito que Mike vai fazer o mesmo. Acho que é legal - já temos um objetivo definido para alcançarmos. Mas muito vai depender do quão rápido o carro será. Se for muito rápido, estaremos lutando com todo tipo de gente, mas sei que se ver um carro da Virgin eu terei que ultrapassá-lo.

Q: Quando veremos você no carro pela primeira vez?
HK: Será no terceiro teste em grupos em Jerez. Jarno e eu estaremos dividindo a pilotagem igualmente lá, depois em Barcelona. Não teremos muitos testes mas já pilotei na F1 o suficiente para ir direto à corrida se necessário.

Fonte: Formula1.com/Tradução: Fran Grand Prix Girls

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